Oncologia
Câncer de mama
O câncer de mama é um dos tipos mais comuns, depois do câncer de pele. Ele corresponde a 25% de novos casos da doença entre as mulheres, sendo que no Brasil, esse índice é de 29%, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)
A doença se dá pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.
Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos possuem desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a característica próprias de cada tumor. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início
Fatores de risco
Além da idade, que é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos), outros fatores que aumentam o risco são:
Fatores ambientais e comportamentais | Fatores da história reprodutiva e hormonal | Fatores genéticos e hereditários* |
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Obesidade e sobrepeso após a menopausa; | Primeira menstruação antes de 12 anos; | História familiar de câncer de ovário; |
Sedentarismo e inatividade física; | Não ter tido filhos; | Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos; |
Consumo de bebida alcoólica; | Primeira gravidez após os 30 anos; | História familiar de câncer de mama em homens; |
Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X). | Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; | Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. |
| Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); |
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| Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos. |
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É possível reduzir o risco de câncer de mama tomando atitudes saudáveis, como manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Diagnóstico
O câncer de mama pode ser descoberto em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a chance de realizar tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias.
Importância do autoexame
Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. Durante o banho, em frente ao espelho, enquanto está deitada. Torne esse momento um hábito no seu dia-a-dia. Assim como lava os cabelos, escova os dentes, o autoexame precisa ser uma rotina.
Sinais e Sintomas
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
- Alterações no bico do peito (mamilo)
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode contemplar cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).
Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
ESTADIAMENTO
O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências).
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:
– Tratamento local: cirurgia e radioterapia.
– Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
Câncer de Ovário
O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. A quase todas as neoplasias ovarianas (95%) é derivada das células epiteliais (que revestem o ovário). O restante provém de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).
O que aumenta o risco?
Idade – A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade.
Fatores reprodutivos e hormonais – O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.
A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos) podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.
A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.
O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.
História familiar – Histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.
Fatores genéticos – Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.
Obesidade – Parece aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de ovário.
Como Prevenir?
As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos.
O exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o câncer do colo do útero.
Sinais e Sintomas
Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.
Detecção Precoce
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
- Inchaço abdominal
- Dor abdominal
- Perda de apetite e de peso, fadiga
- Mudanças hábito intestinal e/ou urinário
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
Diante de algum sintoma suspeito, o médico realizará o exame clínico ginecológico e poderá pedir exames laboratoriais e de imagem.
Tratamento
A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.
Câncer de Colo de útero
Também chamado de câncer cervical, o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não provoca a doença na maioria das vezes. Porém, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.
Depois do câncer de pele e de mama, o câncer do colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente entre a população feminina e a quarta causa de morte entre as mulheres por câncer no Brasil.
Sintomas
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Detecção precoce
A descoberta da doença nas pessoas com sinais e sintomas sugestivos do câncer pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos e o rastreamento em pessoas sem sintomas aparente, mas com chances de ter a doença, pode ser feito por meio de exames periódicos.
Na fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, a detecção de lesões que antecedem o aparecimento da doença pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado logo no início, as chances de cura do câncer cervical são de 100%.
Na fase mais avançada da doença os sinais e sintomas são sangramento vaginal, corrimento e dor.
Prevenção
O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
Vacinação contra o HPV
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.